segunda-feira, 9 de julho de 2012

Terminou...

Semana passada vi uma cena que estou tentando apagar da minha memória, mas está difícil.
Quarta feira, estava eu na autoescola onde ministro aulas teóricas para a turma de primeira habilitação, quando por volta das 20:10hs, no intervalo das aulas, escutamos vários estouros. Achei que era algum corinthiano soltando fogos, já que logo mais teria jogo da final da Libertadores da América. Mas, não era. Eram tiros. Cerca de 6 tiros.
Todos tensos, esperamos alguns minutos e dois de meus alunos e meu marido foram verificar. Um deles grita "Tem um corpo caído! Chamem o socorro!". Corri com o telefone na mão e parei diante da vítima. A cena foi tão chocante que paralisei. Mesmo com tantos cursos de primeiros socorros nada consegui fazer. Minhas pernas travaram diante da cena. Um rapaz caído e o sangue jorrando da cabeça.
Do sobrado da frente uma moça com um bebê no colo e uma criança pequena chora e grita : "É o pai da minha filha!". Segundo relatos dela, suas filhas são frutos de relacionamentos diferentes.O pai de uma delas ameaçou o outro caso fosse visitar sua filha. E naquela noite a ameça foi cumprida.
O SIATE chegou minutos depois e ao verificar os batimentos cardíacos da vítima nos confirmou sua morte. Logo depois, viaturas da polícia militar chegaram e assumiram o controle da situação. O rapaz morto tinha 27 anos.O assassino, segundo consta, já tinha passagem pela polícia por tráfico de drogas e era procurado pela morte de mais um que aconteceu no ano passado.
Voltei para a autoescola. Terminei minha aula e fui embora. Pra mim, terminou mais um dia de trabalho. E, para aquele pai, terminou sua vida.

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